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Política

21/04/2023 às 11h18

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Redacao

Vespasiano / MG

Reforma administrativa expõe ruídos em base do governo Zema
Integrante do bloco encabeçado pelo PL, o deputado João Vitor Xavier (Cidadania) sugere que, caso não haja alinhamento, liberais podem criar uma bancada
Reforma administrativa expõe ruídos em base do governo Zema
Base de Zema encontra dificuldades na votação de projetos polêmicos

Quando a reforma administrativa do governo Romeu Zema (Novo) ainda estava em discussão em 1º turno no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado estadual João Vitor Xavier (Cidadania) pediu a palavra. “Nós sempre tivemos blocos bem posicionados politicamente (na ALMG). (...) Nós precisamos de uma posição do PL para saber se, de fato, vamos ter um bloco alinhado para discutir e votar juntos ou se é melhor que o nosso partido saia e forme uma bancada independente, porque do jeito que está está difícil, viu”, concluiu.


A postura da bancada do PL ao obstruir a tramitação da reforma administrativa tanto em 1º quanto em 2º turno irritou outros deputados da base de governo. Nos dias anteriores à aprovação definitiva da reforma em plenário, na última quarta-feira (19), parlamentares comentavam, nos corredores da ALMG, que parte da bancada, que tem nove dos 24 deputados do Avança Minas, um dos blocos de sustentação a Zema, atrapalhou mais a tramitação do que a própria oposição.   


Logo antes de João Vitor se pronunciar, os deputados do PL haviam protagonizado um embate com a oposição sobre duas emendas apresentadas pelo líder do bloco Avança Minas, Gustavo Santana (PL), à reforma administrativa. A primeira propunha o fim da mesa de diálogo como um dos mecanismos de governança do Estado. Já a segunda, a exclusão do termo “gênero” das diversidades a serem contempladas pelas propostas pedagógicas da Secretaria de Educação a estudantes do campo, indígenas e quilombolas.   


João Vitor afirmou que o problema não foi a pauta ideológica. “Ninguém interfere na posição política de ninguém. Se querem brigar, é um direito deles. O que a gente cobra é que façam um acordo para chegar ao plenário com tudo já encaminhado”, pontuou. De acordo com ele, antes da reunião em plenário, o governo havia acatado sete emendas propostas pelo PL. “Eles deram ok para votar o projeto, e, depois, no plenário, obstruíram e fizeram todo mundo ficar no plenário naquilo que não tinham levantado como problema antes”, acrescentou. 


Já o deputado estadual Arlen Santiago (Avante), que chegou a dizer, na última quarta, quando a reforma foi aprovada em 2º turno, que Bruno Engler (PL) era “um samba de uma nota só” em meio a novas discussões sobre a exclusão do termo “gênero”, apontou que a postura dos liberais não chega a ser de obstrução. “É mais uma marcação de posição, que nós temos que entender e ficar satisfeitos. O governo tem que aceitar sob pena de eles irem então para o bloco de oposição”, disse Santiago, que compõe o bloco Minas em Frente, o outro de sustentação a Zema na ALMG. 


Autorização para reajuste também opõe PL ao restante da base


A aprovação da emenda para autorizar uma recomposição inflacionária de 35,44% às forças de segurança pública pela Comissão de Administração na última terça (18), às vésperas de a reforma administrativa chegar ao plenário em 2º turno, também opôs o PL ao restante da base de governo. Dos sete deputados do colegiado, quatro são da base do governo. Mesmo assim, com votos favoráveis de Sargento Rodrigues (PL) e João Magalhães (MDB), a emenda foi aprovada. Nayara Rocha (PP) e Rodrigo Lopes (União), os demais da base de governo, foram contrários.


Questionado logo após a aprovação na Administração Pública, o líder do bloco Minas em Frente, Cássio Soares (PSD), minimizou eventual crise na base de governo, que, hoje, tem 57 deputados distribuídos em dois blocos. “(A apresentação da emenda) Faz parte do processo, faz parte do jogo”, disse. “É óbvio que todos os deputados desejam a melhor remuneração possível para a segurança pública, para a educação, para a saúde e todos os administrativos que atuam em prol do benefício e na oferta de serviços públicos para a população mineira”, emendou.

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