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Política

31/10/2023 às 12h33 - atualizada em 31/10/2023 às 13h12

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Redacao

Vespasiano / MG

Com Zema, dívida de Minas cresceu 45%
Governador corre para tentar aprovar regime de recuperação fiscal na assembleia. Deputados estão resistentes.
Com Zema, dívida de Minas cresceu 45%
Prefeita Ilce Rocha é grande apoiadora do Governador de Minas

RECUPERAÇÃO FISCAL - A dívida pública do Estado de Minas Gerais cresceu 44,97% durante o governo Romeu Zema (Novo) entre janeiro de 2019 e outubro de 2023. De acordo com o Portal da Dívida Pública Estadual da Secretaria da Fazenda, a dívida de R$ 114 bilhões herdada por Zema do ex-governador Fernando Pimentel (PT) está hoje em R$ 165,7 bilhões, sendo R$ 156,57 bilhões com a União, entre aquelas diretas e aquelas com instituições financeiras que têm a União como avalista.


Desde o início de 2019, Zema, amparado por decisões liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) provocadas por ações cíveis originárias (ACOs), goza de uma carência para pagar a dívida. Durante o período, o governo colocou em dia, por exemplo, o pagamento de salários, décimo-terceiro e férias-prêmio para os servidores, de fornecedores e de repasses constitucionais aos municípios, ao contrário de Pimentel, que, por sua vez, arcou com as parcelas da dívida.


Por outro lado, a suspensão provocou o crescimento da dívida, já que, como não foi paga, continuou sujeita a juros e encargos. “Cada vez que temos uma ACO que permite que o ente federado não pague (a dívida), que ele suspenda o pagamento, o saldo devedor vai se acumulando e está sujeito a juros e encargos moratórios”, explica a coordenadora-geral de Relações e Análise Financeira dos Estados e Municípios do Tesouro Nacional, Gabriela Abreu.


Governador corre para tentar aprovar Regime de Recuperação Fiscal


Plano de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal apresentado no início da semana à ALMG levantou uma série de discussões no meio político e entre os servidores públicos. No início desta semana, o Governo de Minas apresentou à Assembleia Legislativa do estado o plano de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que pretende executar para quitar a dívida bilionária que tem com a União.


O documento motivou a convocação de uma greve geral dos servidores públicos, embora o Executivo assegure que haverá revisões nos vencimentos do funcionalismo enquanto o programa estiver vigorando. Sobre esse assunto, são cinco pontos principais:


O que é o Regime de Recuperação Fiscal (RRF)? Trata-se de um mecanismo, regulamentado pela Lei Complementar 159/2017, para que estados e municípios em situação de desequilíbrio fiscal regularizem a situação das contas públicas.


RRF x Plano de Recuperação Fiscal: Uma das etapas de adesão ao RRF é a apresentação de um documento chamado Plano de Recuperação Fiscal (PRF), que deve contemplar elementos como o diagnóstico do desequilíbrio financeiro, detalhamento das medidas de ajuste, impactos esperados, prazos de implementação, compromissos firmados e metas a serem alcançadas.


Congelamento de salário e concursos proibidos? Qualquer estado ou município que aderir ao RRF fica proibido, de acordo com o artigo 8º da Lei Complementar 159/2017, de conceder “reajustes ou adequações remuneratórias” enquanto vigorar o plano de recuperação. Entretanto, no mesmo período, cabe ao Executivo determinar se concederá ao funcionalismo a recomposição inflacionária anual. Outra proibição se refere à realização de concursos públicos.


RRF em Minas Gerais: A adesão ao RRF em Minas tem o objetivo de quitar uma dívida do estado com a União que ultrapassa os R$ 150 bilhões. A previsão é que o prazo de execução do plano seja de pelo menos dez anos.


Legislativo x Judiciário: A adesão ao RRF acontece a partir da aprovação de uma lei autorizativa pelo Poder Legislativo, processo que está em curso em Minas Gerais desde 2019. Por causa do longo período de tramitação, mais extenso do que o esperado, o governador Romeu Zema (Novo) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguiu garantir a adesão ao RRF pela via judicial. Por esse motivo, a adesão de Minas Gerais ao RRF está assegurada, mesmo que os deputados estaduais não concordem com os termos propostos pelo Executivo.


 

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