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Cidades

31/05/2023 às 11h03

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Redacao

Vespasiano / MG

Quadrilha da corrupção é presa em Vespasiano
Operação girou mais de R$ 6 bilhões de reais
Quadrilha da corrupção é presa em Vespasiano
Unidade de Combate a Corrupção do MP Estadual.


A organização criminosa voltada para a lavagem de dinheiro do crime alvo da operação Mamon, deflagrada nesta terça-feira (30 de maio), foi responsável pela maior "movimentação financeira atípica" já apurada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Minas Gerais. A quadrilha, que usava empresas de fachada e, até mesmo, uma igreja e uma rádio evangélica para legalizar as quantias, movimentou R$ 6,7 bilhões em 5 anos, uma quantia superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de 837 dos 853 municípios mineiros em 2020 — ou seja, 98% da riqueza anualmente produzida por cada uma dessas cidades (individualmente). Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em cinco estados. Ninguém foi preso.

Centenas de pessoas físicas fazem parte do esquema, as identificações, porém, ainda são apuradas. Para "limpar" o dinheiro ilícito, os criminosos se ligavam, inclusive, a organizações criminosas rivais. Há registro de contato até com o Primeiro Comando da Capital (PCC).


Quase todos os investigados abordados nessa terça-feira (30) colaboraram com a operação. Apenas uma pessoa não foi localizada. Conforme o delegado da Polícia Civil, Marcus Vinícius Lobo Leite, que atua com o Gaeco, a quantia identificada pela investigação é "absurda". Participaram da operação promotores e 41 policiais civis e militares dos Gaecos de Minas, Alagoas, São Paulo, Tocantins e Amapá.


Em coletiva de imprensa, o promotor Gabriel Mendonça, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), detalhou que os oito mandados de busca e apreensão e o bloqueio R$ 170 milhões em bens são decorrentes de dois anos de investigação, iniciada após a comunicação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) acerca de movimentações suspeitas. A organização tem atuação em todo o país, e os mandados foram cumpridos em: 



  • Três em Minas Gerais (todos em Vespasiano)

  • Dois em São Paulo (Guaianases e na capital)

  • Um em Alagoas (Jequiá da Praia)

  • Um no Amapá (Santana)

  • Um no Tocantins (Araguaína)


"Foi feita a quebra do sigilo bancário e fiscal e conseguimos identificar essa, que foi a maior constatação de movimentação financeira atípica do Gaeco até então. Já identificamos que eles lavavam quantias oriundas dos mais diversos crimes: fraudes, estelionatos e tráfico de drogas, incluindo facções rivais e até dinheiro do PCC. É uma grande 'lavanderia' que tem por objetivo o branqueamento de capital ilícito", detalhou o promotor.

Além disso, pessoas jurídicas eram "produzidas" especificamente para passar o dinheiro. "Os investigados criam essas pessoas jurídicas, registram nos órgãos competentes, mas elas não emitem documento fiscal e não possuem empregados. Elas servem apenas para a passagem do dinheiro e para dificultar a identificação (da origem e do destino)", esclareceu o delegado Marcus Vinícius.


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Em Vespasiano, na região metropolitana de BH, os mandados foram cumpridos em uma empresa de tecnologia, em uma rádio evangélica e também em uma igreja evangélica. Conforme o delegado, a empresa de tecnologia nunca chegou a emitir uma nota fiscal e não tinha empregados registrados nos órgãos competentes.

A igreja se localiza no mesmo endereço de um dos investigados. A lista de doações da igreja será analisada. Foram cumpridos mandados de busca para pessoas física e jurídica. "Existem empresas que efetivamente existem, mas a movimentação financeira é totalmente incompatível com o tamanho da empresa", acrescentou o delegado. Um exemplo é uma padaria investigada em outro Estado. Apesar de existir, o comércio movimentava uma quantia de R$ 30 milhões, o que é incompatível com o tamanho do empreendimento.



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