Presidente quer combater a desinformação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em carta enviada abertura da conferência “Internet Pela Verdade”, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a regulação das das redes sociais a fim de combater as fakes news, disseminação do ódio e fortalecer a democracia.  

“O ambiente digital acarretou a concentração de mercado e de poder nas mãos de poucas empresas e países. Trouxe, também, riscos à democracia. Riscos à convivência civilizada entre as pessoas. Riscos à saúde pública. A disseminação de desinformação durante a pandemia contribuiu para milhares de mortes. Os discursos de ódio fazem vítimas todos os dias. E os mais atingidos são os setores mais vulneráveis de nossas sociedades”, disse.  

Lula não pode estar presente no evento em Paris, na França, e a carta foi lida durante abertura da conferência nesta quarta-feira (22). Além do petista, participam do evento o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, o influenciador digital Felipe Neto e a jornalista e autora do livro “A Máquina do Ódio”, Patrícia Campos Mello. 

O mandatário lembrou ainda sobre as invasões do dia 8 de janeiro aos prédios da Praça dos Três Poderes. Lula escreveu que o mundo testemunhou uma investida extremista contra a democracia e que fatos similares aconteceram em outras partes do mundo. 

Diferentemente dos discursos e pronunciamentos que tem feito no Brasil, Lula não cita especificamente atores políticos e, na carta à Unesco, ele sobe o tom sobre a responsabilização das plataformas digitais.  

“A comunidade internacional precisa, desde já, trabalhar para dar respostas efetivas a essa questão desafiadora de nosso tempo. Precisamos de equilíbrio. De um lado, é necessário garantir o exercício da liberdade de expressão individual, que é um direito humano fundamental. De outro lado, precisamos assegurar um direito coletivo: o direito de a sociedade receber informações confiáveis, e não a mentira e a desinformação”.